Fábio Mazzeu – Áudio blog

14 equipamentos para home studio que você precisa ter

Montar uma home studio é cada dia mais fácil!

Mas eu não falo isso como algo negativo.

A possibilidade de as próprias bandas gravarem seus materiais em casa simplificou a divulgação dos seus trabalhos com qualidade.  Principalmente se optarem por contar com profissionais experientes para mixar e masterizar.

Mas para montar um bom estúdio caseiro alguns equipamentos são indispensáveis.

Um história comum no meio do áudio é contar que prés, mics e outros equipos de primeira são o suficiente para gravar CD’s matadores.

Dentro de um estúdio, o equipamento não é o grande astro – ele é a ferramenta que te ajuda a gravar trabalhos de primeira qualidade.

Precisamos escolher os equipamentos para home studio certos para ter o melhor custo-benefício possível. Afinal, é preciso estar sempre atentos ao nosso orçamento, não é?

Listei 14 equipamentos para home studio que são realmente indispensáveis para quem deseja começar o seu home.

Não se preocupe se você não vê aplicação para algum deles – pelo menos agora – já que tentei cobrir diversas opções, para todas as necessidades.

Vamos começar?

PS: tirei computadores dessa lista, já que é bem óbvio, né?

1. Interface de áudio do tamanho que você precisa

As vezes a vontade de ter um equipamento top de linha não condiz com a realidade do nosso bolso.

Eu queria muita ter o set do Pro Tools HD, ou um dos conversores mais fodas da Apollo ou Apogee, mas a minha conta bancária não permite.

O segredo para escolher a interface de áudio certa para o seu home studio é pensar no que você precisa.

Se você não grava mais do que dois canais simultâneos (um violão com 2 mics, ou um amp de guita com 2 mics, etc) então a Apogee Duet pode ser uma boa escolha.

Agora, se você grava baterias, a Saffire PRO 40 ou a Scarlett 18i20 podem ser boas opções.

Saffire Pro 40

Se precisar de mais do que 8 inputs, conversores AD/DA são mais em conta para expandir os canais.

Agora, se você quer investir um pouco mais em equipamentos para home studio robustos, considere a Digidesign 192 e até mesmo as Apollo Quad ou Twin (já te aviso que essa última é bem mais cara, hein?)

UA Apollo Quad

2. Dois (2) bons microfones

Você vai me perguntar: “Por quê dois?”.

A resposta é bem simples: 2 microfones básicos para duas situações diferentes.

Em um home studio a gravação de vozes, guitarras, baixo e outros instrumentos costuma ser a atividade mais comum.

Logo, você não precisa de muitos canais ou de muitos microfones para esse trabalho.

Então, tenha um bom microfone dinâmico e um microfone condensador.

O Shure SM-57 é o clássico mic dinâmico dos estúdios de gravação. Um amplificador Marshall + um 57 é o som clássico do rock’n’roll (Hendrix, Slash, Towshend, Page e por aí vai).

SM-57

Existem algumas boas alternativas também.

O SM58, também da Shure é uma delas. Ele é mais conhecido por ser um microfone de voz.

A Sennheinser tem vários mics bem legais.

O MD421 é uma escolha clássica, mas existem alguns microfones mais em conta, como o e935 e o MD 42.

Para microfones condensadores, os de cápsula larga são os mais comuns para home studios.

Eles são excelentes para gravar voz, e também podem ser usados para instrumentos acústicos e até para microfonar amps.

Eles costumam ser um pouco mais caros do que os dinâmicos.

Você consegue tirar um som legal com Arcanos ou Behringers, mas eu evitaria eles por um motivo: durabilidade.

Eu prefiro gastar um pouco mais de primeira e não precisar gastar de novo em um período relativamente curto de tempo.

A Audio Technica tem alguns modelos bem legais (como o AT 2020), a Rode e MXL também.

AT 2020

Cada um em uma faixa de preço para caber no seu bolso!

O interessante é que você pode usar os dois microfones para conseguir texturas novas nas gravações.

Somar o dinâmico com o condensador é uma técnica muito usada para guitarras, violões e  para gravar voz.

Você já capta mais próximo de como vai soar na mix e ganha tempo.

Como gravar voz em home studio?

3. 1 bom pré amplificador

Pré amplificadores podem ser meio caros.

Se você pegar um clásico Neve 1073, ele pode sair por mais de R$ 10.000,00.

equipamento para home studio pre anmplificador neve 1073
Neve 1073

É uma grana e tanto, não é?

Felizmente existem opções mais em conta que entregam uma qualidade excelente.

O principal motivo de ter um bom pré amplificador no seu home studio, é que você vai gravar um instrumento por vez na maioria das vezes.

Montar uma signal chain, ou cadeia de sinal, matadora é o segredo para captar boas vozes, por exemplo.

Essa cadeia consiste, basicamente, em: microfone, pré amp, EQ e compressor.

Por isso channel strips são excelentes opções, se couber no seu bolso.

Vamos dar uma olhada em alguns pré amps para o seu home studio.

O Art PRO Mpa II é uma opção que já vem com dois canais. Mesmo sendo valvulado, alguns reviews dizem que ele continua sendo transparente.

Isso pode ser bom ou ruim, dependendo do que você deseja.

O Art Tube mic pre é uma opção mais em conta, com apenas um canal.

O Lisciel Franco produz alguns equipos handmade, entre eles o Tonificante Juarez. Se você quer colorir muito o seu som na captação, essa pode ser uma boa ideia.

Agora, se você tem uma graninha a mais, pegar um channel strip pode ser uma boa opção.

Ou até mesmo uma boa mesa de som com menos canais.

Ficam aqui algumas sugestões:

Presonus Studio Channel

Presonus Studio Channel

Joemeek Three Q

Joemeek Three Q

Neve 3230

Neve 3230

Joemeek One Q

Joeemeek OneQ

Art PRO Channel II

Art Pro Channel II

4. Periféricos

Se você optou por um pré amp ao invés do channel strip, adicionar mais alguns periféricos à sua cadeia pode ser uma boa ideia.

Os periféricos mais famosos usados em estúdios são compressores e equalizadores.

Os compressores funcionam como um nivelador de automático de dinâmica, aproximando (em volume) os sinais mais baixos e mais altos.

É uma forma de deixar um take de voz mais coeso, por exemplo.

Os equalizadores podem ser tanto corretivos quanto aditivos.

Quando você usa um EQ para corrigir, é comum cortarmos frequências que estão atrapalhando aquele instrumento.

Para adicionar, podemos ressaltar alguma frequência (ou frequências) que são bem vindas para aquele som.

Achar periféricos no Brasil pode ser um desafio, mas existem alguns escondidos por aí.

O primeiro deles é o ART VLA Pro II. É um compressor estéreo que dá conta do trabalho.

ART VLA PRO II

Uma outra opção é o Presonus Blue Max. Outro compressor estéreo na linha dos RNC (real nice compressors), simples e fácil de usar.

Presonus BlueMax

Os que mais cabem no bolso (mas nem sempre soam tão bem) são os Alesis 3630 e DBX 166 (ou 266).

Com alguns mods eles podem soar muito melhor! Mas mesmo os padrão dão conta do trabalho.

Claro, sempre é possível partir para os 1176 e LA-2A, mas aí fica meio fora do nosso poder aquisitivo, não é?

Equalizadores são beeeeem mais difíceis de encontrar.

Talvez o Bruna Baxandall do Lisciel seja um dos poucos que não são gráficos no mercado.

Um outro uso dos periféricos é para dar um ar analógico na sua mix.

Um compressor, EQ e reverber no Master podem reviver aquela sua mixagem que não está chegando lá.

5. Bons cabos

O poder de bons cabos é constantemente ignorado.

Eles carregam todo o sinal que está sendo processado e podem inserir alguns ruídos bem chatos.

Bons cabos não são difíceis de encontrar, mas podem ser meio carinhos.

Como em home studios não precisamos de tantos assim, fica a dica de gastar um pouco mais e não ter problemas no futuro.

Os conectores mais parrudos que existem são os Switchcrafts e Neutrik.

São mais comuns em cabos XLR mas também tem conexões P10.

No Mercado Livre existem vários cabos prontos com esses conectores, mas preste atenção em qual o cabo que está sendo usado!

Os Tecniforte são muito bons.

Para P10, também costumo comprar os da Tecniforte, ou alguns já prontos com conectores Switchcraft e cabos Tecniforte.

Não tem erro!

Se quiser dar um passo além, existem os Mogami e Monster Cable.

Cabos monster cable

6. Monitores de referência

Sem escutar bem o que está acontecendo na sua sala, não adianta nada ter milhões de equipamentos para home studio.

Os monitores de referência que você usa precisam ser adequados à sua sala, transmitir fielmente o que está acontecendo nas músicas e te ajudar a identificar pontos que podem ser melhorados.

Um erro muito comum é escolher monitores grandes demais para salas pequenas, e vice versa.

Home studios costumam ter um espaço bem reduzido, então a escolha dos monitores se torna ainda mais crucial.

Antes de começar a pesquisar, procure pelo tamanho que se adequa melhor ao seu espaço.

Geralmente, entre 5 ou 6 polegadas são os mais comuns, podendo chegar até 8”.

Maiores que 8 polegadas não costumam ser uma boa ideia, mesmo!!

Os mais comuns são os KRK Rokit e Yamaha HS.

A série HS é uma tentativa de modernizar as NS-10 que ficaram tão famosas nos anos 80. Inclusive eu uso elas e gosto muito (é um caso de amor ou ódio, sempre!).

Yamaha NS-10

Existem outras opções mais em conta, com as Samson e Behringers.

Eu usei as Behringer B2031A por muito tempo e acho um monitor muito bom. Mas vale dar uma pesquisada!

Sugestão:

Como escolher monitores de referência

7. Suportes para monitores de áudio

Pode parecer bobo, mas em uma sala pequena qualquer vibração pode se tornar um terremoto.

Como não existe muito espaço para a vibração ser dissipada, é bem provável que ela se some com o que você está escutando.

E isso é um problemão!

Os suportes para monitores de áudio (ou espumas para monitores) impedem que a vibração deles ao reproduzir sons continue por outros objetos (mesa, cadeira, piso, etc).

Você pode improvisar com algumas espumas e outros materiais absorventes, mas existem algumas espumas bem em conta.

A  Auralex é a mais famosa e custa cerca de 50 dólares.

Suporte para Monitores Auralex

O Isoacoustics é uma opção um pouco mais cara e que é mais moderna também. É um suporte bem interessante com regulagem de altura.

Uma opção nacional (e a mais em conta) é feita pela Barcellos e o par custa R$ 119,00!

8. Pedestais de microfone

Pedestais de microfone também são bem importantes.

Você não quer encontrar a posição perfeita para o mic em uma caixa de guitarra, e ter que começar do zero porque o seu pedestal não fica firme, né?

Não é preciso gastar rios de dinheiro em um pedestal – alguns podem chegar a 200 dólares.

Mas evite os que não são muito firmes ou que tenham presilhas de pressão (aquelas que você só precisa apertar para ajustar a altura.

A RMV tem pedestais de todos os tipos. Prefira sempre os que tem pesos em seus suportes.

Os pedestais da Saty custam um pouco mais mas são muito resistentes.

9. Fones de ouvido

Em um mundo ideal, não precisaríamos de headphones para mixar nem para ouvir música.

Mas a realidade não é essa.

iPods, iPhones e players em geral deixam a música portátil e facilitaram para todo mundo escutar suas músicas preferidas ao longo do dia.

Por isso é importante conferir suas mixes em fones de ouvido, para ver como ela está se comportando por lá.

Além disso, é indispensável um bom fone de ouvido para fazer overdubs, gravar voz e bateria.

Mas lembre-se: fones de ouvido dão uma visão errada da imagem estéreo da música.

Como não existe vazamento do lado direito no lado esquerdo (o que acontece quando você escuta em monitores), isso pode alterar a sua percepção do pan dos instrumentos.

Eu sempre indico o Sennheiser HD 280 PRO. E também um bom fone interno (com os da JBL).

Fone de ouvido para home studio

10. Pop filter

Com vozes sendo tão comuns em home studios você precisa de um pop filter.

Ele reduz a sibilância nas vozes, os famosos psss e rsss.

O R e S são consoantes que tem mais “força” do que outras letras e se destacam quando terminam ou começam palavras.

Além disso, o pop filter evita que os vocalistas deem um banho nos seus microfones. 😛

Pop filter

11. Controlador MIDI

Existem dois tipos de controladores MIDI mais usados em estúdios e home studios.

O primeiro são os teclados MIDI, que ajudam na hora de utilizar instrumentos virtuais.

O segundo são controladores de interface. Com eles, você pode movimentar os faders, dar play, rec, etc.

Existem alguns bem em conta como o Samson Graphite 32 – na área dos teclados.

Samson Graphite 32

Para os controladores, o Presonus Faderport é bem legal, apesar de só controlar um canal.

Presonus Faderport V2

A Digidesign Control é uma opção mais parruda, com mais controles e que tem vários tamanhos.

12. Regulador de tensão

Pode não parecer tão importante, mas garantir a alimentação correta para os equipamentos do seu home studio é bem importante.

Principalmente com o nosso péssimo serviço de fornecimento de energia, hehe.

A opção mais óbvia são os no-breaks.

No-break Back-UPS 600

Os que são realmente bons armazenam “energia” e podem garantir o funcionamento dos equipamentos por alguns minutos.

O suficiente para salvar tudo e desligar em caso de queda de energia.

Os Furman são os reguladores de tensão que eu mas vejo em estúdios.

Regulador de tensão Furman

13. DI (direct box)

Gravar instrumentos em linha é uma realidade.

Mesmo eu não sendo muito fã, gravar o DI das guitarras e dos baixos pode ter suas vantagens. Para baixos é ainda mais comum, já que são instrumentos que funcionam bem sem um amplificador ou pré amp.

Existe muitos mitos sobre os DI’s. “Casar a impedância” é o mais comum.

Não vou entrar nesses detalhes, mas o que você precisa saber é:

Bons DI’s reduzem ruídos e evitam problemas para gravar. Eles também podem funcionar como splits: você joga um mesmo sinal para dois lugares diferentes. Dois amps, por exemplo.

Behringer e Arcano tem opções muito em conta de direct boxesAlgumas opções mais parrudas (mas ainda em conta) são os DLP’s e até os DI 100 da Behringer.

DI DLP 9098

14. Painéis de absorção acústica

Eu sei, você está pensando: “Mas painéis acústicos não são equipamentos para home studio”.

Oras, se eles influenciam na gravação de instrumentos (e também na mixagem e masterização) então eles são importantes.

Você pode utilizar painéis de absorção acústica para duas coisas, principalmente:

  1. Balancear a sua sala para garantir que você está escutando tudo da melhor maneira;
  2. Melhorar a gravação de instrumentos (principalmente voz).

O primeiro objetivo é deixar sua sala uma reflection free zone.

Reflection-free Zone

Isso quer dizer que os sons não serão refletidos de volta à sua origem, o que pode confundir os seus ouvidos e estragar a mix.

O segundo é para reduzir o tempo de reverberação das salas, e evitar que a voz do vocalista realimente o microfone.

Um espécie de feedback.

Para gravar vozes, é desejável que o ambiente seja mais seco.

Isso é, não tenha muitas reflexões.

Além disso, em salas pequenas (algo muito comum em home studios) graves são sempre um problema.

Bass traps, ou armadilhas de graves, são painéis posicionados nos cantos para absorver as frequências baixas em excesso da sala. Para saber mais confira o post abaixo.

Tratamento acústico para home studio: o guia completo para iniciantes

Concluindo!

Equipamentos para home studio são o segredo para conseguir excelentes resultados com um orçamento limitado. Escolhendo o melhor para o que você precisa e sabendo utilizar bem cada um dos equipamentos, com certeza as suas gravações serão excelentes.

Procure, pesquisa e não hesite em negociar! Pense no que você precisa e tente não gastar mais do que necessário.

Quais equipamentos você tem no seu home studio hoje em dia? Conte aqui nos comentários!

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