Tudo sobre Acústica Para Home Studio

Acústica para home studio é um tema polêmico.

Se você acompanha o meu blog, sabe que eu tento sempre desmistificar os preconceitos criados dentro do mundo do áudio. Eles são vários, e não vale a pena listar um por um. É muito mais interessante mostrar a acústica por um lado prático. Deixando claro o que você precisa fazer para aplicar esses conceitos no seu home! 

Esse é o objetivo desse material.

Quero compartilhar com você conteúdo e aprendizados sobre acústica que vão te ajudar a gravar e mixar melhor, ter menos problemas com o seu vizinho, e também preservar o seu tímpano.

Vamos começar a entender mais sobre acústica para home studio?

Entendendo a Acústica para Home Studio

Antes de entrar em toda a teoria e prática existentes, é importante fazer um paralelo entre acústica para home studio e acústica para grandes estúdios.

Quando falo grande, quero dizer maior em área.

Um home studio pode ser um estúdio comercial tanto quanto um grande estúdio.

Mas quando falamos sobre acústicas, algumas propriedades físicas são imutáveis.

A grande diferença está nas dimensões.

Um home studio costuma ter as medidas de um quarto padrão. Algo próximo de 4x5m. Então, o grave sempre será um problema.

Quando o comprimento de onda de uma frequência (um ciclo completo dela) é igual a uma medida da sala, essa frequência considerada o “modo” daquela dimensão (ou room mode).

Os room modes são frequências que fazem a sala vibrar, por terem o comprimento de onda igual à medida do cômodo. E você tem 2 modos: comprimento, altura e largura.

Para você ter ideia, 116 Hz tem 3m de comprimento de onda. Toda música tem 116 Hz!

Logo, você vai ter problemas no grave.

Da mesma forma, salas menores têm mais reflexão, já que o espaço físico é menor e o tempo de reflexão é o mesmo.

Obviamente, nós vamos abordar todos esses tópicos em detalhe ao longo desse material.

Mas achei extremamente importante traçar um paralelo sobre a importância de entender que as teorias sobre acústica são as mesmas, mas as formas de aplicar precisam estar dentro do contexto!

Ok, agora que você já entendeu isso, vamos ao que interessa!

Isolamento acústico para Home Studio

Isolamento acústico é uma técnica para impedir a transmissão de som entre ambientes. Bem simples, certo?

Essa barreira criada é feita através de materiais pesados, ou seja, que possuem muita massa.

Para provar essa teoria é bem simples, coloque uma chapa de isopor e uma de madeira maciça lado a lado e emita qualquer som através de uma fonte sonora de um lado, enquanto você tenta escutar do outro.

A diferença de massa entre as chapas é o que irá influenciar o isolamento, impedindo a transmissão do som. Qualquer fresta é um ponto fraco do isolamento.

O ditado diz que onde passa luz, passa som.

A Lei da Massa

Engenheiros adoram teorizar e criar fórmulas.

Assim, a ideia de que quanto mais massa maior o isolamento foi estudada a fundo e algumas conclusões bem interessantes surgiram disso.

A primeira é que ao dobrar a massa de um fechamento (como uma parede, por exemplo) o índice de redução sonora aumenta em 6 dB.

Ou seja, dobrar a massa é igual a mais 6 dB de redução, ou de isolamento acústico.

Quanto maior a massa menor a vibração da superfície e consequentemente menor a probabilidade de transmitir sons.

Só de curiosidade, podemos aplicar a Lei da Massa tanto para paredes simples quanto para paredes duplas (vamos falar mais sobre isso já já):

Lei das massas para uma parede simples:

R = 13.3log(m.f)-22.5(dB)

  • m : massa parede por m2(Kg/m2)
  • f : frequência em Hz que deseja calcular o isolamento

Lei das massas para uma parede dupla:

R(dB)=13.3log(m1+m2)+20log(f)-35.7

  • m1 : massa da parede 1
  • m2 : massa da parede 2
  • f : frequência em Hz que deseja calcular o isolamento

Isolamento acústico vs. absorção acústica

rovavelmente a principal dúvida de quem se aventura a pesquisar sobre isolamento acústico é entender a diferença entre isolar e absorver.

Isolar é impedir que o som ou a vibração passem de uma sala para outra. 

Seja de forma mecânica (entre objetos, como de um amp de baixo para a estrutura da sala) ou por propagação (uma onda sonora que atravessa uma parede e faz com que a estrutura vibre).

A absorção procura atenuar diferentes ondas dentro do mesmo ambiente, sem necessariamente impedir que elas “passem” para outros ambientes. 

Um exemplo de absorção são painéis acústicos construídos com materiais porosos como lã de rocha ou vidro (vamos falar mais sobre eles já já).

Eles transformam a onda sonora em calor por fricção – absorvendo – mas não impedem que as ondas não absorvidas se propaguem para outros ambientes.

Recapitulando: isolar é impedir a passagem, absorver e controlar.

exemplo isolamento acústico acústica para home studio

Principais materiais para isolamento acústico em home studio

Os materiais que realmente isolam o som não são as espumas, difusores acústicos ou painéis absorvedores que vemos nos estúdios.

Esses materiais têm outra função. Para isolar precisamos de massa!

E massa vem através de materiais como madeira maciça, blocos de cimento, tijolos, mantas de borracha, tapetes espessos, vidros e vários outros.

Blocos de cimento e tijolos são os fechamentos mais comuns para paredes.

Uma técnica muito usada é a construção de uma parede de alvenaria e uma segunda parede de gesso (dry-wall) recheada com lã de rocha. É uma forma mais em conta  (e sustentável) de melhorar o índice de isolamento acústico dos ambientes.

Vidros são, obviamente, usados em janelas e vãos que precisam de contato com o outro ambiente.

Quanto mais espesso o vidro melhor seu índice de isolamento. Uma técnica muito usada e o uso de dois vidros com uma leve inclinação entre eles (entre 6 e 8 graus).

Madeira maciça é comum em portas. É um material fácil de ser trabalhado e moldado em diferentes formatos.

isolamento acústico acústica para home studio

Pisos flutuantes (que não estão em contato com as paredes)são desacoplados através de mantas de borracha, ou outra plataforma de elevação,  que servem como absorvedores de vibração mecânica. Toda a vibração é dissipada e não chega até a parede ou piso com sua força inicial.

Também podemos separar esses materiais em categorias, o que ajuda bastante na hora de escolher o ideal para cada tarefa.

propriedades acústicas acústica para home studio

Difusor Acústico: Tudo o que você precisa saber

A acústica é um dos pilares fundamentais para a qualidade sonora em ambientes como estúdios de gravação, salas de concerto, teatros, cinemas e até em ambientes domésticos dedicados ao entretenimento.

Dentro do universo do tratamento acústico, um dos elementos menos compreendidos, mas extremamente eficazes, são os difusores acústicos.

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Painel Acústico: Tipos e Aplicações no Tratamento Acústico

O painel acústico é fundamental no processo de tratamento acústico.

É uma parte indispensável na criação de ambientes otimizados para a reprodução e gravação de áudio, como estúdios de música, teatros, cinemas, auditórios e até em ambientes domésticos.

Entre as várias soluções para controlar a reverberação e melhorar a qualidade sonora, os painéis acústicos desempenham um papel crucial.

Nesse artigo, vamos explorar em profundidade os tipos de painéis acústicos disponíveis no mercado, suas características, funções e aplicações.

1. O Que É Painel Acústico?

Painéis acústicos são estruturas projetadas para controlar e manipular o comportamento do som em um ambiente, reduzindo reflexões indesejadas, reverberações e eco.

Eles são compostos de materiais específicos que absorvem, difratam ou difundem as ondas sonoras, dependendo da necessidade do local.

Para que serve um painel acústico?

Absorção sonora

Reduz a reflexão das ondas sonoras nas superfícies duras, diminuindo o tempo de reverberação, eco, e melhorando o monitoramento em salas de mixagem.

Isolamento acústico

Isolamento acústico previne que o som se propague de um ambiente para outro. Painéis podem ser usados como paredes temporárias, ou para criar “uma sala dentro de uma sala”.

Difusão sonora

Painéis difusores espalham o som de maneira mais uniforme, evitando a concentração excessiva de energia sonora em uma área específica.

2. Tipos de Painel Acústico

2.1. Painéis Absorventes

Os painéis absorventes são os mais comuns no tratamento acústico e têm como principal função absorver o som, evitando que ele reflita em superfícies como paredes, tetos e pisos.

Geralmente, são feitos de materiais porosos, como espumas acústicas, lã de rocha, lã de vidro ou tecidos fibrosos.

tratamento acústico home studio

Como funciona o painel acústico?

Esses painéis funcionam pela conversão da energia sonora em calor.

Quando uma onda sonora atinge um painel absorvente, ela penetra nos poros do material e parte da energia sonora é dissipada na forma de calor.

Essa absorção reduz a quantidade de energia que retorna ao ambiente, diminuindo a reverberação.

Aplicações

  • Estúdios de gravação e produção musical;
  • Home studios;
  • Salas de conferência;
  • Teatros e auditórios;
  • Estúdios de podcast.

Vantagens

  • Reduz significativamente a reverberação em frequências médias e altas;
  • Pode ser instalado em paredes, tetos ou em forma de baffles suspensos;
  • Fácil de instalar e adaptar a diferentes ambientes.

Exemplos de Materiais Usados:

  • Lã de Rocha ou Lã de Vidro: Esses materiais são altamente eficazes na absorção de frequências médias e altas. Eles também são bastante versáteis, podendo ser revestidos com tecido ou painéis perfurados;
  • Compensado: Compensado é uma boa alternativa para a estrutura dos painéis;
  • Pinus: Outra alternativa para a estrutura dos painéis acústicos.

2.2. Bass Traps (Traps de Baixas Frequências)

Os bass traps são projetados especificamente para absorver frequências graves (baixas).

Elas são mais difíceis de controlar, pois são frequências com comprimento de onda maior. Além de serem mais potentes.

Costumam se acumular nos cantos da sala. Principalmente no encontro entre paredes e teto.

tratamento acústico home studio bass traps

Princípio de Funcionamento

As frequências graves possuem maior comprimento de onda e potência.

Por isso, necessitam de painéis mais densos e espessos para serem absorvidas adequadamente. Bass traps são instalados geralmente nos cantos das salas, onde há maior acumulação de energia sonora em baixas frequências.

Aplicações

  • Estúdios de gravação e mixagem, onde o controle de graves é essencial para uma boa qualidade de som.
  • Home theaters e cinemas, para melhorar a percepção dos sons graves.
  • Auditórios.

Tipos de Bass Traps

  • Traps de canto: São projetados para ser instalados nos cantos da sala, onde a acumulação de baixas frequências é mais crítica.
  • Traps de painel: Montados em superfícies planas, esses bass traps podem ser colocados ao longo das paredes para ajudar na absorção de graves.

Vantagens

  • Controla eficientemente a resposta de frequências graves.
  • Melhora a clareza no monitoramento ao eliminar a ressonância em baixas frequências.

2.3. Painéis Difusores

Ao contrário dos painéis absorventes, os painéis difusores não têm a função de absorver som, mas sim de difundir as ondas sonoras de maneira uniforme por todo o ambiente.

Isso ajuda a eliminar pontos de concentração de energia sonora, proporcionando uma sonoridade mais natural e equilibrada.

painel difusor tratamento acústico

Princípio de Funcionamento

Esses painéis têm superfícies irregulares ou projetadas geometricamente para espalhar as ondas sonoras em várias direções.

Isso cria uma distribuição mais uniforme do som, sem criar “pontos mortos” ou zonas de som excessivamente refletido.

Aplicações

  • Salas de concerto e teatros.
  • Estúdios de gravação e mixagem de alta qualidade.
  • Auditórios e igrejas.

Tipos de Difusores

  • Difusores QRD (Quadratic Residue Diffuser): São painéis com uma superfície projetada para quebrar a onda sonora em várias direções, eliminando reflexões indesejadas.
  • Difusores Skylines: Utilizam uma matriz tridimensional para difundir as ondas sonoras em várias direções, sendo eficientes para uma ampla gama de frequências.

Vantagens

  • Evita a absorção excessiva de som, preservando a vivacidade acústica do ambiente.
  • Ideal para ambientes onde se deseja uma sonoridade mais “natural” e menos controlada.

2.4. Painéis Isolantes ou Barreira Acústica

Os painéis isolantes, ou barreiras acústicas, têm como objetivo bloquear a passagem de som de um ambiente para outro, sendo usados para isolar acusticamente salas e impedir que ruídos externos entrem ou que sons internos vazem.

Princípio de Funcionamento

Esses painéis utilizam materiais densos e pesados que criam uma barreira física ao som, impedindo sua propagação. São usados em paredes, pisos, tetos ou até mesmo em portas e janelas.

Aplicações

  • Estúdios de gravação e produção musical.
  • Ambientes comerciais ou industriais onde o controle de ruído é essencial.
  • Escritórios e salas de conferência.

Vantagens

  • Eficaz na redução de ruído entre diferentes ambientes.
  • Pode ser integrado ao design de interiores sem comprometer a estética.

2.5. Baffles Acústicos

Os baffles acústicos são painéis suspensos usados principalmente em tetos de grandes espaços, como auditórios, ginásios ou salas de concertos. Eles têm a função de absorver o som que tende a ser refletido pelo teto e também ajudam a controlar a reverberação em grandes áreas.

Princípio de Funcionamento

Assim como os painéis absorventes, os baffles são feitos de materiais porosos que absorvem as ondas sonoras. No entanto, devido à sua disposição suspensa, eles podem absorver o som de ambos os lados, tornando-os bastante eficazes em espaços grandes.

Aplicações

  • Ginásios.
  • Auditórios.
  • Salas de concerto e grandes estúdios.

Vantagens

  • Grande capacidade de absorção devido à área de superfície exposta de ambos os lados.
  • Ótimos para espaços amplos e de pé-direito alto.

2.6. Nuvens Acústicas

As nuvens acústicas são painéis suspensos no teto, projetados para absorver som em áreas específicas do ambiente.

Elas são altamente eficazes no controle de reverberações em grandes espaços ou locais com superfícies muito reflexivas, como concreto ou vidro.

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Princípio de Funcionamento

Funcionam de maneira semelhante aos baffles acústicos, sendo suspensas em pontos estratégicos para absorver o som que se acumula em superfícies reflexivas do teto. As nuvens podem ser ajustadas em diferentes alturas e ângulos para otimizar a acústica.

Aplicações

  • Estúdios de gravação.
  • Auditórios.
  • Salas de reunião.
  • Home theaters.

Vantagens

  • Capacidade de ser ajustada para atender às necessidades acústicas específicas de um espaço.
  • Oferecem uma solução estética, já que podem ser integradas ao design do ambiente.
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3. Onde posicionar o painel acústico?

Dependendo do tipo de painel acústico, o seu posicionamento na sala muda.

Por isso, é importante entender qual é o objetivo daquele painel e também outros pontos importantes da sala. Em estúdios de gravação, seria a posição de monitoramento. Em uma sala de home theater, seria a posição do sofá.

Vamos detalhar mais sobre a posição dos painéis acústicos.

Painel acústico absorvedor

São usados para controlar reflexões e frequências médias e altas.

Em salas de podcast, restaurantes, home theaters, ou de gravação em geral, o ideal é distribuir pela sala. Tanto nas paredes quanto no teto.

Em estúdios de mixagem, a posição dos painéis é mais específica. Principalmente para controlar reflexões no sweet spot, aonde fica o engenheiro de mixagem.

Painel acústico bass trap

Os painéis bass trap costumam ser utilizados nos cantos, no encontro entre paredes, e entre parede e teto.

Essa posição é justifica pois a maioria dos traps funcionam transformando a onda sonora em calor por fricção. Por isso, são mais eficientes aonde a pressão é mínima e a velocidade máxima.

Painel acústico difusor

Os difusores ajudam a aumentar a inteligibilidade em salas muito grandes.

Por isso, costumam ser utilizados no fundo das sala, ou então no teto. Ajudam bastante a manter a sala viva e com um som aberto, mas sem embolar o som em gravações.

4. Considerações ao Escolher Seu Painel Acústico

Ao escolher o tipo correto de painel acústico para um determinado espaço, é essencial considerar os seguintes fatores:

  • Frequência do som a ser tratado: Graves, médios ou agudos? Para tratar graves, bass traps são necessários, enquanto frequências médias e altas são mais bem controladas com painéis absorventes.
  • Tamanho do ambiente: Espaços maiores podem exigir soluções mais robustas, como baffles acústicos ou nuvens.
  • Objetivo acústico: O objetivo é reduzir a reverberação, melhorar o isolamento acústico ou difundir o som?
  • Estética: Painéis acústicos podem ser integrados ao design interior do ambiente, oferecendo soluções personalizadas e esteticamente agradáveis.

4. Conclusão

O tratamento acústico de um ambiente é fundamental para garantir uma experiência sonora de alta qualidade, seja em estúdios de gravação, teatros, salas de conferência ou mesmo em espaços domésticos.

Os painéis acústicos desempenham um papel central nesse processo, oferecendo soluções diversas para absorção, difusão e isolamento do som.

Compreender os diferentes tipos de painéis acústicos, como painéis absorventes, bass traps, difusores, baffles e nuvens acústicas, é essencial para tomar decisões informadas ao otimizar a acústica de qualquer ambiente.

A escolha correta do painel acústico não apenas melhora a qualidade do som, mas também pode ser integrada ao design do espaço, resultando em ambientes acusticamente eficazes e visualmente agradáveis.

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Compressor de Áudio: Guia Completo para Produtores Musicais

O compressor de áudio é uma ferramenta essencial no arsenal de qualquer engenheiro de som ou produtor musical.

Desde sua invenção, eles desempenham um papel fundamental na moldagem da dinâmica do som, tornando as gravações mais coesas, impactantes e profissionais.

Hoje vamos explorar a história dos compressores de áudio, como eles funcionam, suas diferentes variedades e a importância de seu uso na produção musical.

História dos Compressores de Áudio

Início do Século XX: O Surgimento dos Compressores

A história dos compressores de áudio remonta ao início do século XX, em um período de rápida inovação tecnológica.

A necessidade de controlar a dinâmica do som surgiu com a transmissão de rádio e as primeiras gravações musicais.

À medida que a tecnologia de gravação avançava, surgiu a necessidade de um dispositivo que pudesse controlar e manter níveis consistentes de áudio, evitando picos que poderiam causar distorções ou até mesmo danos ao equipamento.

Os primeiros compressores foram desenvolvidos para transmissão de rádio, onde era crucial evitar distorções e manter uma qualidade de áudio uniforme.

Esses primeiros compressores eram dispositivos relativamente simples, projetados para reduzir automaticamente o ganho do sinal quando os níveis de áudio atingiam um determinado limiar.

Os primeiros modelos utilizavam válvulas termiônicas (também conhecidas como tubos) para realizar essa função.

Anos 1930-1950: A Consolidação da Tecnologia

Nos anos 1930 e 1940, os compressores de áudio começaram a se tornar mais sofisticados e começaram a ser amplamente utilizados em estúdios de gravação, especialmente nos Estados Unidos e na Europa.

Empresas como a Western Electric e a RCA foram pioneiras no desenvolvimento de compressores para uso comercial.

Um dos primeiros e mais famosos compressores dessa época foi o Western Electric 110A, que usava válvulas para controlar a amplitude do sinal.

Na década de 1950, o desenvolvimento dos compressores de áudio atingiu um novo patamar com a introdução do compressor Fairchild 660/670.

Este compressor, desenvolvido por Rein Narma e utilizado extensivamente em gravações da época, é considerado até hoje uma das peças mais icônicas da tecnologia de áudio.

Com seu design valvulado e controle de sidechain, o Fairchild 660/670 permitia um controle de compressão muito mais refinado e musical, tornando-o uma escolha popular em estúdios de gravação de alta qualidade.

Anos 1960-1970: A Era de Ouro dos Compressores

Os anos 1960 e 1970 são frequentemente considerados a era de ouro dos compressores de áudio. Durante esse período, vários modelos icônicos foram desenvolvidos, cada um com características sonoras únicas que ainda são reverenciadas por engenheiros de som até hoje.

Um dos mais famosos é o Universal Audio 1176, desenvolvido por Bill Putnam Sr. em 1967. O 1176 foi o primeiro compressor de estado sólido a ser amplamente utilizado, substituindo os circuitos valvulados por transistores.

Isso resultou em um dispositivo mais compacto e confiável, com um tempo de resposta extremamente rápido, o que o tornou ideal para controlar transientes em instrumentos percussivos e vocais.

Outro compressor lendário dessa época é o Teletronix LA-2A, lançado em 1965. Diferente do 1176, o LA-2A utiliza uma célula de eletroluminescência e um fotodiodo para realizar a compressão, resultando em um som mais suave e musical.

O LA-2A é particularmente conhecido por seu efeito de compressão ótica, que oferece uma resposta de ataque mais lenta, ideal para vocais e instrumentos que precisam de um tratamento mais gentil.

Anos 1980 e Além: A Evolução Digital

Com o advento da tecnologia digital nos anos 1980, os compressores de áudio passaram por uma transformação significativa.

Os primeiros compressores digitais foram introduzidos, oferecendo um controle ainda mais preciso sobre a compressão de áudio e a possibilidade de armazenamento de presets.

Além disso, a introdução de plugins de áudio nos anos 1990 e 2000 revolucionou o uso de compressores, permitindo que engenheiros de som e produtores tivessem acesso a emulações digitais de compressores clássicos diretamente em suas estações de trabalho digitais (DAWs).

Hoje, é possível encontrar versões digitais de quase todos os compressores clássicos, além de novos designs que aproveitam ao máximo a flexibilidade e o poder do processamento digital.

Como Funcionam os Compressores de Áudio

Princípios Básicos

Os compressores de áudio são dispositivos que reduzem a faixa dinâmica de um sinal de áudio, ou seja, a diferença entre as partes mais altas e mais baixas de uma gravação.

Isso é feito através de um processo chamado de compressão, onde o nível de ganho do sinal de áudio é reduzido quando o sinal ultrapassa um determinado limiar (threshold).

Em termos simples, um compressor “aperta” as partes mais altas do sinal, tornando-as mais próximas das partes mais baixas.

Isso resulta em um som mais coeso e controlado, que pode ser mais facilmente ajustado no contexto de uma mixagem.

Componentes Principais de um Compressor

Um compressor de áudio típico possui vários controles principais que permitem ajustar como a compressão será aplicada ao sinal:

Threshold (Limiar)

Este controle define o nível de sinal acima do qual o compressor começará a atuar. Quando o nível do sinal de áudio excede o limiar, o compressor reduz o ganho do sinal. Um limiar mais baixo significa que mais do sinal será comprimido.

Ratio (Proporção)

Este parâmetro determina a intensidade da compressão. Uma razão de 2:1, por exemplo, significa que para cada 2 dB que o sinal excede o limiar, apenas 1 dB passará. Razões mais altas, como 10:1 ou 20:1, resultam em uma compressão mais agressiva.

Attack (Ataque)

O tempo de ataque determina a rapidez com que o compressor começa a reduzir o ganho após o sinal ultrapassar o limiar. Tempos de ataque rápidos são úteis para capturar transientes rápidos, como em baterias, enquanto tempos de ataque mais lentos podem ser usados para preservar os transientes iniciais.

Release (Liberação)

O tempo de release controla quanto tempo o compressor leva para parar de comprimir o sinal após ele cair abaixo do limiar. Tempos de release mais rápidos podem resultar em uma compressão mais perceptível, enquanto tempos de release mais lentos oferecem uma transição mais suave.

Make-up Gain (Ganho de Compensação)

Após a compressão, o nível geral do sinal é geralmente mais baixo. O make-up gain permite aumentar o nível do sinal comprimido, restaurando o volume perdido durante a compressão.

Knee (Joelho)

Este controle ajusta a maneira como o compressor entra em ação. Um “knee” suave (soft knee) faz com que a compressão comece de forma gradual à medida que o sinal se aproxima do limiar, resultando em uma compressão menos perceptível.

Um “knee” duro (hard knee) faz com que a compressão comece imediatamente e de forma mais agressiva.

    Tipos de Compressores

    Existem vários tipos de compressores, cada um com características únicas que os tornam mais adequados para diferentes aplicações:

    1. Compressores VCA (Voltage Controlled Amplifier):

      Os compressores VCA são talvez os mais versáteis e comumente usados.

      Eles utilizam um amplificador controlado por voltagem para realizar a compressão. Compressores VCA são conhecidos por sua precisão, velocidade e controle rígido sobre a dinâmica do áudio.

      • Exemplo Famoso: dbx 160.

      2. Compressores Óticos:

        Os compressores ópticos utilizam um circuito que combina uma célula de luz e um fotodiodo. A intensidade da luz varia de acordo com o sinal de áudio, controlando assim a quantidade de compressão.

        Esses compressores são conhecidos por sua compressão suave e musical, ideal para vocais e instrumentos melódicos.

        Exemplo Famoso: Teletronix LA-2A.

        3. Compressores FET (Field-Effect Transistor):

          Compressores FET utilizam transistores de efeito de campo para realizar a compressão. Eles são famosos por seu som rápido e agressivo, tornando-os ideais para baterias e instrumentos percussivos.

          Exemplo Famoso: Universal Audio 1176.

          4. Compressores Vari-Mu:

            Compressores Vari-Mu (ou “Variable-Mu”) utilizam válvulas termiônicas para realizar a compressão. A compressão varia conforme a mudança da voltagem do tubo, resultando em uma resposta muito suave e natural. Estes compressores são frequentemente usados em mixagem e masterização para adicionar caráter e calor.

            Exemplo Famoso: Fairchild 670.

            Aplicações Práticas dos Compressores

            Os compressores de áudio têm inúmeras aplicações na produção musical. Aqui estão algumas das mais comuns:

            Controle de Dinâmica

            A função mais básica de um compressor é controlar a dinâmica de uma gravação, suavizando os picos mais altos e aumentando as partes mais suaves. Isso é essencial para garantir que todas as partes de uma mixagem sejam audíveis e equilibradas.

            Aumento de Percepção de Volume

            Os compressores também são usados para aumentar a percepção de volume sem realmente aumentar o pico máximo do sinal. Isso é particularmente útil na masterização, onde a loudness é uma consideração crítica.

            Caracterização do Som

            Diferentes tipos de compressores podem adicionar caráter ao som. Por exemplo, um compressor FET pode adicionar agressividade e punch a uma trilha de bateria, enquanto um compressor óptico pode suavizar e aquecer uma linha vocal.

            Efeito Criativo

            Além de suas funções técnicas, os compressores também podem ser usados criativamente. O “All-Button Mode” do 1176, por exemplo, cria uma compressão extremamente agressiva e distorcida que é frequentemente usada como efeito em mixagens de rock e hip-hop.

            Sidechain Compression

            Esta técnica, que envolve usar um sinal de áudio diferente para controlar o compressor, é amplamente utilizada em produção eletrônica. Um exemplo clássico é o “pumping” causado pelo kick drum em uma faixa de dance music, que cria um efeito rítmico muito popular.

              5 Compressores de Áudio mais Famosos

              Os compressores de áudio são fundamentais na produção musical, e ao longo das décadas, alguns modelos se destacaram por sua qualidade, versatilidade e impacto nas gravações. A seguir, estão os cinco compressores de áudio mais famosos e amplamente utilizados na indústria da música:

              1. Universal Audio 1176

              O 1176 UA é um compressor de transistores FET (Field Effect Transistor) conhecido por sua resposta extremamente rápida e som agressivo.

              Desenvolvido por Bill Putnam Sr. em 1967, o 1176 foi um dos primeiros compressores de estado sólido, substituindo os circuitos de válvulas por transistores.

              Este compressor é amplamente utilizado em vocais, baterias e baixos, oferecendo controle preciso sobre os transientes e adicionando punch e presença às mixagens.

              Características do 1176

              • Controle de ataque ultrarrápido, variando de 20 a 800 microssegundos.
              • All-Button Mode, que ativa todos os botões de razão simultaneamente, criando um som característico e distorcido.
              • Utilizado em uma ampla variedade de gêneros musicais, de rock a hip-hop.

              2. Teletronix LA-2A

              O LA-2A é um compressor óptico que utiliza uma célula eletroluminescente e um fotodiodo para realizar a compressão.

              Introduzido em 1965, o LA-2A é reverenciado por seu som suave e musical, com uma resposta de compressão natural e transparente.

              É especialmente popular para uso em vocais, devido à sua capacidade de controlar a dinâmica sem sacrificar a qualidade tonal.

              Características do LA-2A

              • Compressão óptica com resposta lenta de ataque, criando uma compressão suave e natural.
              • Interface simples com apenas dois controles principais: Gain e Peak Reduction.
              • Conhecido por adicionar calor e caráter a qualquer sinal de áudio, especialmente em vocais.

              3. Fairchild 670

              O Fairchild 670 é um dos compressores mais icônicos e raros do mundo, conhecido por seu design de válvula termiônica e compressão Vari-Mu (Variable-Mu). Produzido na década de 1950, o 670 é famoso por sua capacidade de adicionar uma compressão extremamente suave e transparente, preservando a integridade do sinal original. Ele foi amplamente utilizado em gravações clássicas e continua a ser valorizado por engenheiros de som modernos.

              Características do Fairchild 670

              • Compressão Vari-Mu, que altera gradualmente a razão de compressão com base no nível de entrada.
              • Controles de ataque e release ajustáveis para personalizar a resposta da compressão.
              • Tamanho físico grande e complexidade técnica, tornando-o uma peça rara e valiosa.

              4. dbx 160

              O dbx 160, lançado nos anos 1970, é um compressor VCA (Voltage Controlled Amplifier) conhecido por seu som punchy e controle preciso de dinâmica.

              O dbx 160 é particularmente famoso pelo seu som de “hard knee”, que oferece uma compressão mais rígida e perceptível, sendo amplamente utilizado em baterias e baixos para adicionar impacto e controle.

              Características do dbx 160

              • Compressão VCA com resposta rápida e precisão.
              • Característica de “hard knee” que proporciona uma compressão firme e impactante.
              • Interface simples e fácil de usar, com controles de Threshold, Compression Ratio e Output Gain.

              5. Neve 33609

              O Neve 33609 é um compressor/limiter estéreo clássico, conhecido por seu som rico e quente, característico dos equipamentos Neve.

              Introduzido nos anos 1970, o 33609 é amplamente utilizado em mixagem e masterização, oferecendo uma compressão precisa e musical, ideal para grupos de instrumentos e mixagens completas.

              É frequentemente utilizado para adicionar coloração e coesão a mixagens complexas.

              Características do Neve 33609

              • Design VCA com um som caracteristicamente Neve, conhecido por seu calor e musicalidade.
              • Controles independentes de compressão e limitação, oferecendo flexibilidade no processamento de áudio.
              • Amplamente utilizado em mixagens de alta qualidade e masterizações devido à sua capacidade de adicionar coesão e densidade ao som.

              A Revolução Digital e o Futuro dos Compressores

              Com o avanço da tecnologia digital, o uso de compressores de áudio evoluiu de forma significativa.

              Hoje, a maioria dos estúdios utiliza plugins de compressores em suas DAWs, que replicam os sons dos compressores analógicos clássicos com grande fidelidade.

              Plugins como o Waves CLA-76, UAD 1176 e Slate Digital FG-116 são amplamente utilizados em produções musicais modernas, oferecendo tanto a versatilidade do digital quanto o calor e a musicalidade do analógico.

              Além disso, a tecnologia digital permitiu a criação de compressores com capacidades que seriam impossíveis no domínio analógico, como a compressão multibanda, onde diferentes faixas de frequência podem ser comprimidas de maneira independente.

              Isso oferece aos engenheiros de som um controle sem precedentes sobre a mixagem e masterização.

              Compressores Multibanda

              Diferente dos compressores tradicionais que afetam todo o espectro de áudio, os compressores multibanda dividem o sinal em diferentes bandas de frequência e aplicam compressão individualmente a cada banda.

              Isso permite um controle mais preciso, útil para domar frequências problemáticas ou para dar forma ao som de maneira mais detalhada.

              Inteligência Artificial e Compressão Automática

              Com os avanços em inteligência artificial (IA), estamos começando a ver compressores que podem ajustar automaticamente suas configurações com base no material de áudio que estão processando.

              Isso não apenas economiza tempo, mas também pode resultar em decisões de compressão que seriam difíceis de alcançar manualmente.

              Ferramentas como o iZotope Neutron incorporam elementos de IA para ajudar a guiar engenheiros de som, sugerindo ajustes baseados em análise do conteúdo.

              Compressão Dinâmica em Streaming

              Com a proliferação de serviços de streaming, como Spotify e Apple Music, a compressão também desempenha um papel vital na normalização do volume entre diferentes faixas e álbuns.

              Isso garante que os ouvintes não tenham que ajustar constantemente o volume ao ouvir diferentes músicas em uma playlist.

              Conclusão

              A história dos compressores de áudio é rica e multifacetada, refletindo mais de um século de inovação tecnológica e criatividade musical.

              Desde os primeiros dias do rádio até as mais recentes inovações em plugins digitais, os compressores têm sido uma ferramenta indispensável para engenheiros de som em todo o mundo.

              Entender como os compressores funcionam e como eles podem ser usados é essencial para qualquer pessoa que deseja dominar a arte da produção musical.

              Seja para controlar a dinâmica, moldar o caráter do som ou criar efeitos criativos, os compressores continuarão a ser uma parte vital da paisagem sonora por muitos anos.

              À medida que a tecnologia avança, o futuro da compressão de áudio parece promissor, com novas ferramentas e técnicas emergindo constantemente, garantindo que essa arte continue a evoluir e inspirar novas gerações de músicos e engenheiros de som.

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              Tudo sobre o Compressor 1176 da Universal Audio

              O Compressor 1176 da Universal Audio é um dos equipamentos mais icônicos da história da gravação de áudio.

              Desde sua introdução em 1967, ele se tornou uma ferramenta essencial nos estúdios de gravação, sendo amplamente utilizado por engenheiros de som, produtores e músicos.

              Este compressor é conhecido por seu som distinto, versatilidade e capacidade de adicionar caráter às gravações.

              Hoje vamos explorar a história do 1176, seu funcionamento, as características técnicas que o tornaram tão especial e sua aplicação prática no estúdio. Bora?

              História do 1176

              O 1176 foi criado por Bill Putnam Sr., fundador da Universal Audio.

              Putnam era um inovador no campo da gravação de áudio e já havia desempenhado um papel fundamental na criação de vários equipamentos de estúdio, incluindo os reverbs de placa e o pré-amplificador de microfone 610.

              Com o 1176, ele visava criar um compressor de áudio de alta qualidade que pudesse lidar com as demandas das gravações modernas.

              O 1176 foi uma evolução de um compressor anterior, o 175, que também era muito respeitado.

              No entanto, o 1176 introduziu um design solid-state (com transistores) em vez de válvulas, o que permitiu maior confiabilidade e menor manutenção.

              O novo design também permitiu uma resposta mais rápida dos compressores, ou ataque, o que se tornou uma das características definidoras do 1176.

              Funcionamento do 1176

              O 1176 é um compressor do tipo FET (transistor de efeito de campo), o que significa que ele usa um transistor como o principal elemento de controle da dinâmica do sinal de áudio.

              Este design é uma das razões pelas quais o 1176 é tão rápido e responsivo.

              A compressão FET é conhecida por sua capacidade de capturar transientes rápidos, tornando o 1176 ideal para domar sons percussivos, como baterias e vocais agressivos.

              Uma das características mais notáveis do 1176 é sua arquitetura de feedback, onde o sinal de áudio é alimentado de volta no circuito de controle após a compressão.

              Isso difere de muitos outros compressores, que usam uma arquitetura de feedforward. Nessa arquitetura não há alimentação do sinal original após a compressão.

              O design de feedback do 1176 contribui para o som distinto e o comportamento dinâmico do equipamento.

              Características Técnicas

              O 1176 é conhecido por ser simples de usar.

              Os controles são os clássicos que encontramos em compressores de áudio, porém, as configurações é que fazem toda a diferença!

              Os controles principais incluem:

              1. Input

              Este controle determina a quantidade de sinal que é enviado para o circuito de compressão. Quanto maior a entrada, maior será a compressão aplicada.

              2. Output

               Controla o nível de saída do sinal comprimido, permitindo compensar a redução de ganho causada pela compressão.

              3. Attack

              Ajusta a rapidez com que o compressor responde a picos de sinal. O 1176 é conhecido por seu tempo de ataque extremamente rápido, que pode variar de 20 microssegundos a 800 microssegundos.

              4. Release

              Controla o tempo que o compressor leva para parar de comprimir após o sinal cair abaixo do limiar. O tempo de release pode variar de 50 milissegundos a 1,1 segundos.

              5. Ratio

              Este controle define a intensidade da compressão, com opções de 4:1, 8:1, 12:1 e 20:1. Cada uma dessas razões de compressão tem um impacto distinto no som final, desde compressão sutil até uma limitação mais agressiva.

              Uma característica única do 1176 é o “All-Button Mode” (modo de todos os botões), onde todos os botões de razão são pressionados simultaneamente.

              Este modo cria uma compressão extremamente agressiva e saturada, que é muito popular para obter sons de bateria com impacto e vocais gritantes.

              Essa configuração é uma das mais famosas do 1176!

              Além desses controles, o 1176 possui um medidor de nível que pode ser configurado para mostrar a redução de ganho ou o nível de saída, oferecendo uma visualização clara do quanto o sinal está sendo comprimido.

              Evolução dos Modelos do 1176 UA

              Desde seu lançamento, o 1176 passou por várias revisões, cada uma com pequenas diferenças que afetaram o som e o desempenho do compressor. As principais versões incluem:

              1. 1176 Rev A

              compressor 1176 universal audio blue strip rev a

              Conhecida como a “Blue Stripe” devido à faixa azul em seu painel frontal, esta é a versão original e é altamente valorizada por seu som único, que é descrito como mais sujo e colorido em comparação com as versões posteriores.

              2. 1176 Rev B e C

              Essas versões introduziram pequenas mudanças no design, incluindo uma faixa preta no painel frontal. Elas são conhecidas por um som ligeiramente mais limpo do que o Rev A.

              3. 1176 Rev D e E

              Estas revisões introduziram mais mudanças no circuito e são algumas das versões mais comuns encontradas nos estúdios hoje.

              Elas oferecem um som mais transparente, mas ainda mantêm o caráter único do 1176.

              4. 1176LN

              compressor 1176 universal audio ln

              O “LN” significa “Low Noise” (baixo ruído), uma melhoria significativa em relação às versões anteriores, que reduziu o ruído de fundo e tornou o compressor mais adequado para gravações modernas.

              Cada uma dessas revisões tem suas próprias características sonoras, e os engenheiros muitas vezes escolhem uma versão específica do 1176 com base no som que desejam alcançar.

              Plugins que emulam o Compressor 1176 da Universal Audio

              Há diversos plugins digitais que emulam o compressor 1176 da Universal Audio, cada um com suas próprias características e vantagens.

              Esses plugins representam algumas das melhores emulações digitais do compressor 1176 disponíveis no mercado.

              Cada um deles traz uma combinação única de autenticidade, características sonoras e funcionalidades adicionais, permitindo que engenheiros de som e produtores escolham a melhor opção para suas necessidades específicas.

              A seguir, estão alguns dos melhores e mais populares plugins baseados no 1176:

              1. Universal Audio 1176LN Legacy

              compressor 1176 universal audio plugin legacy

              Este é o plugin oficial da Universal Audio, projetado para replicar fielmente o som do hardware original 1176LN.

              Ele captura a sonoridade única e a rápida resposta do 1176, com todas as suas características distintivas, como o All-Button Mode.

              Este plugin é amplamente considerado como uma das emulações mais autênticas disponíveis, graças ao rigoroso processo de modelagem da Universal Audio.

              Oferece a precisão e a saturação características do 1176 original, com a flexibilidade e a conveniência de um plugin digital.

              É frequentemente utilizado em vocais, baterias e baixos, proporcionando resultados consistentes e de alta qualidade.

              2. Waves CLA-76

              compressor 1176 universal audio plugin waves cla-76

              O CLA-76, da Waves, foi desenvolvido em colaboração com o engenheiro de som Chris Lord-Alge, conhecido por seu uso extensivo do 1176 em mixagens de rock e pop.

              Este plugin oferece duas versões: a “Bluey”, baseada no Rev A “Blue Stripe” original, e a “Blacky”, baseada no Rev E.

              Ele captura a essência do 1176 com uma interface fácil de usar e é conhecido por sua capacidade de adicionar punch e agressividade ao som.

              A interface simples, som autêntico e as duas variações do 1176 fazem deste plugin uma escolha versátil para uma ampla gama de aplicações.

              3. IK Multimedia Black 76

              compressor 1176 universal audio plugin IK Multimedia Black 76

              O Black 76 é parte da coleção T-RackS da IK Multimedia e é uma emulação detalhada do 1176 Rev E “Blackface”.

              Ele é conhecido por sua precisão e pelo som quente e encorpado que adiciona às mixagens.

              O plugin oferece todos os controles clássicos do 1176, incluindo o All-Button Mode, e é frequentemente usado em baterias, vocais e guitarras.

              Som autêntico, facilidade de uso e integração perfeita com o ecossistema T-RackS, que oferece uma variedade de outras ferramentas de mixagem e masterização.

              4. Slate Digital FG-116

              compressor 1176 universal audio plugin Slate Digital FG-116

              Parte da coleção Virtual Mix Rack (VMR) da Slate Digital, o FG-116 é uma emulação do 1176 que oferece tanto o som clássico quanto algumas funcionalidades adicionais, como a opção de adicionar distorção harmônica para um som mais “vintage”.

              O plugin é altamente personalizável e permite ajustar o caráter do som, o que o torna uma opção atraente para engenheiros que desejam experimentar com o som do 1176.

              Grande flexibilidade, som autêntico e a capacidade de adicionar distorção harmônica fazem do FG-116 uma ferramenta poderosa para mixagem.

              5. Softube FET Compressor

              compressor 1176 universal audio softube fet compressor

              O FET Compressor da Softube é uma emulação moderna do 1176 que adiciona alguns recursos extras, como um controle de mixagem para compressão paralela e um filtro de sidechain.

              Este plugin é conhecido por sua capacidade de capturar o som rápido e agressivo do 1176, ao mesmo tempo em que oferece mais controle sobre a compressão, o que o torna útil em cenários de mixagem complexos.

              Recursos adicionais como mixagem paralela e filtro de sidechain, som autêntico e uma interface amigável fazem deste plugin uma escolha popular entre engenheiros de som.

              6. UAD 1176 Classic Limiter Collection

              compressor 1176 universal audio plugin limiter collection

              Esta coleção da Universal Audio inclui três versões do 1176: o Rev A (Blue Stripe), o Rev E (Blackface) e o AE (Anniversary Edition).

              Cada uma dessas emulações foi meticulosamente modelada para capturar o caráter específico de cada revisão do hardware original.

              A coleção é uma escolha premium para quem deseja o máximo de autenticidade e flexibilidade no uso do 1176 em suas mixagens.

              Variedade de emulações precisas, som autêntico, ideal para engenheiros que desejam reproduzir o som clássico do 1176 em diferentes contextos.

              7. Native Instruments VC 76

              compressor 1176 universal audio plugin Native Instruments VC76

              O VC 76, da Native Instruments, faz parte da série Vintage Compressors e é uma emulação do 1176 que se destaca pela sua simplicidade e som direto.

              Ele é uma escolha popular entre produtores de música eletrônica e engenheiros de som que desejam um compressor rápido e fácil de usar, com um som moderno que ainda preserva o caráter do 1176.

              Interface simples, som moderno e limpo, ideal para produtores que buscam uma solução rápida e eficaz para compressão.

              8. Black Rooster Audio VLA-FET

              compressor 1176 universal audio plugin Black Rooster Audio VLA-FET

              O VLA-FET da Black Rooster Audio é uma emulação detalhada do 1176, com foco em reproduzir a distorção harmônica e a resposta rápida do original.

              Este plugin oferece controles intuitivos e é altamente considerado por sua capacidade de adicionar energia e vida às trilhas de bateria, vocais e guitarras.

              Som autêntico com distorção harmônica rica, ideal para adicionar caráter a faixas individuais na mixagem.

              9. Overloud GEM Comp76

              compressor 1176 universal audio plugin Overloud GEM Comp76

              O GEM Comp76, da Overloud, é outra emulação do 1176 que se destaca pela precisão e pela adição de funcionalidades modernas, como um modo paralelo e um equalizador de sidechain.

              Este plugin oferece um som fiel ao original, com flexibilidade extra para se adaptar às necessidades da produção moderna.

              Alta fidelidade ao som original com recursos adicionais para compressão moderna, tornando-o uma ferramenta versátil em qualquer estúdio.

              Como o compressor 1176 é mais usado no estúdio?

              O 1176 é incrivelmente versátil e pode ser usado em uma variedade de fontes sonoras. Aqui estão algumas das aplicações mais comuns:

              1. Vocais

              O 1176 é amplamente utilizado para compressão de vocais, onde seu tempo de ataque rápido pode capturar transientes rápidos e suavizar picos sem perder o caráter da performance vocal.

              Ele pode adicionar presença e energia aos vocais, tornando-os mais destacados na mixagem.

              O Michael Brauer é um engenheiro de mixagem famoso por usar o 1176 nos vocais, junto com CLA.

              2. Bateria e percussão

              O 1176 é famoso por sua capacidade de comprimir baterias de maneira que elas soem mais agressivas e impactantes.

              Por sua resposta rápida, é uma boa escolher para a caixa de bateria.

              O All-Button Mode é especialmente popular para compressão de caixa e bumbo, criando um som explosivo e energizado.

              3. Baixo

              Para o baixo elétrico, o 1176 pode ser usado para manter os níveis consistentes e adicionar punch. Ele pode ajudar a destacar as notas de baixo na mixagem sem que soem excessivamente comprimidas.

              4. Guitarras

              Tanto para guitarras limpas quanto distorcidas, o 1176 pode adicionar sustain e corpo ao som. Ele pode ser ajustado para comprimir suavemente ou para adicionar uma textura mais agressiva, dependendo do estilo musical.

              5. Mixagem e Masterização

              Além de ser usado em instrumentos individuais, o 1176 também é utilizado em mixagem e masterização para comprimir mixagens completas ou grupos de instrumentos.

              Ele pode adicionar cola e coesão a uma mixagem, dando uma sensação de unidade e presença.

              O Legado do 1176 no mundo do áudio profissional

              O 1176 da Universal Audio deixou um legado duradouro no mundo da produção musical.

              Ele ajudou a definir o som de inúmeras gravações clássicas e continua sendo uma escolha favorita em estúdios de todo o mundo.

              Seu som característico, versatilidade e a capacidade de adicionar personalidade a qualquer gravação são o que fazem deste compressor uma lenda no campo da engenharia de áudio.

              Ao longo dos anos, muitos fabricantes tentaram replicar o som do 1176 em plug-ins digitais e unidades de hardware.

              Enquanto alguns conseguiram capturar a essência do original, o 1176 da Universal Audio continua sendo um padrão ouro devido à sua construção de alta qualidade e ao som autêntico.

              Conclusão

              O compressor 1176 da Universal Audio é muito mais do que apenas um equipamento de estúdio. É uma peça fundamental da história da música.

              Seu design simples, mas eficaz, e sua capacidade de adicionar um caráter distinto às gravações o tornaram uma ferramenta indispensável para engenheiros de som e produtores em todo o mundo.

              Seja usado em vocais, baterias, baixo, guitarras ou em mixagens completas, o 1176 oferece uma combinação incomparável de precisão, potência e personalidade. 

              Infelizmente para nós meros mortais, usar um 1176 físico é quase impossível. Felizmente, os plugins disponíveis fazem jus à qualidade sonora desse compressor!

              Assim, é possível aproveitar o melhor dos dois mundos e tirar aquela sonzeira das suas produções, sem precisar gastar o equivalente a um carro popular usado, hehe.

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              Tratamento acústico na prática: Produtora Finotti

              A maioria dos meus posts trazem conhecimento teórico sobre tratamento acústico.

              Hoje, vamos explorar um caminho diferente: vou mostrar o passo a passo de um dos meus projetos mais recentes de tratamento acústico!

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              Tudo que você precisa saber sobre microfone condensador

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              Há algum tempo, escrevi um post sobre os principais tipos de microfone, explorando as principais características de cada modelo utilizado no mundo do áudio.

              Sem dúvidas, a maior parte das perguntas que eu recebo é sobre “qual é o melhor microfone condensador?”.

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              13 melhores monitores de referência para estúdio e home studio

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              Em um primeiro post, dei algumas dicas sobre como escolher monitores de referência, mas a pergunta que mais recebo é: quais são os melhores monitores de referência?

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              Tipos de microfone: como escolher o microfone ideal?

              Hoje, vamos falar sobre os tipos de microfone mais usados no áudio e suas principais aplicações.

              Quando você conhece as características de um microfone, você sabe exatamente o que precisa fazer para tirar o som esperado, mesmo que seja necessário usar outros equipamentos em complemento.

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              Painel acústico: o que é, para quê serve e como usar

              Já se pegou pensando no que fazer para melhorar a acústica da sua sala? Nessa hora o painel acústico entra para salvar o dia. 😉

              O tratamento acústico ainda é desejado de lado por muita gente. Mas eu te garanto que no dia que você colocar o seu primeiro jogo de painéis, não vai se arrepender.

              Painéis acústicos são excelentes para te ajudar a melhorar a qualidade do seu trabalho, simplesmente porque eles te ajudam a entender exatamente o que está saindo dos seus monitores.

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